Jurema, História, Tradição, Iniciação

Introdução à Jurema e Seu Culto Familiar


Algumas pessoas vieram para o chamado, outras já tiveram contato, e outras já estão na Jurema, né, Vivi, já fazendo a fumaça boa. Perfeito, perfeito, gente!

Então, antes de mais nada, a Jurema acolhe todo mundo que tem caminho. Se vocês estão aqui hoje, não é por acaso. Se vocês estão interessados em buscar a Jurema mais a fundo, compreender essa tradição e fortalecer isso dentro de vocês, é porque vocês estão com um pé na Jurema. É uma questão de cada um querer seguir em frente; todos têm livre arbítrio. Mas se vocês estão aqui hoje voltados para a Jurema, é sinal de que têm um pé na Jurema. Basta continuar dando prosseguimento com o passar do tempo, conforme suas escolhas.

A Jurema como Culto Familiar

A Jurema deve ser vista como um culto familiar, onde você cultua a Jurema com sua família carnal ou espiritual. Não é necessário adentrar um terreiro para isso. Na sua casa, no seu lar, no seu canto sagrado, você pode realizar louvações e rituais para seus Encantados.

Se alguém já tem familiar que segue essa tradição ou já desenvolveu um trabalho espiritual, com o tempo e conhecimento, pode abrir uma mesa de Jurema em casa para realizar trabalhos. A Jurema sempre foi um culto familiar. A estrutura de terreiro de Jurema que temos hoje é uma adaptação e não é para todos. Muitas pessoas permanecem com a Jurema no âmbito familiar, conforme era quando saía das matas e adentrava as áreas urbanas.

História e Práticas da Jurema

Antigamente, a prática da Jurema era feita em casa, no canto sagrado, onde a mesa era montada e os trabalhos realizados. Isso era feito quando a Jurema estava nas matas ou em locais particulares. A Jurema vem das aldeias, e temos algumas etnias que sempre cultuaram a Jurema, como os Aticum e os Guarani.

Cada família dentro dessas etnias tem sua própria forma de cultuar a Jurema, mantendo a mesma base e essência. Os Aticum sempre cultuaram a Jurema, mas cada família tem seu ciclo de práticas. Da mesma forma, os Guarani, que não cultuam a Jurema em Boraceia, têm suas casas de reza e formas de conexão com seus ancestrais e Encantados.

Conexão com Ancestralidade

É importante que vocês busquem saber se têm alguma herança sanguínea relacionada à Jurema. Perguntem a seus pais, avós ou bisavós sobre qualquer ligação com a Jurema, seja na reza, oração, uso de cachimba, ou trabalho na mata. Ter essa certeza pode fortalecer a conexão de vocês com a tradição e fornecer uma base segura para a prática.

Diversidade de Práticas

Cada família tem suas próprias ritualísticas e tradições dentro da Jurema, mas todas mantêm a mesma base. A Jurema envolve trabalho com a gaita mestra, a fumaça, a maraca, os Encantados e os antepassados. As oferendas e cantos mantêm uma estrutura comum, apesar das diferenças na prática. A bebida da Jurema também faz parte dessa estrutura.

Lembrem-se: a Jurema não é rigidamente programática; ela se adapta conforme os Encantados passam suas orientações. Cada pessoa pode ter uma experiência diferente dentro do contexto da Jurema.

Claro! Aqui está o texto reorganizado para melhor leitura e compreensão:

Saudações e Introdução

Boa noite, pessoal! Algumas pessoas entraram agora. Caso precisem de algo, sintam-se à vontade para abrir o áudio e falar. Boa noite a todos! Franci de Formosa, Goiás, Maira e outros. Fiquem à vontade para abrir a câmera se quiserem. Que bom ver todos já envolvidos na Jurema!

A Ciência e Prática da Jurema

Na Jurema, cada pessoa possui sua própria ciência. Ciência não se compra nem se vende; nascemos com ela. O máximo que podemos fazer é agregar conhecimento ao longo do caminho. A ciência é conhecimento e sabedoria, que cada um carrega de forma única. Por exemplo, Franci e eu temos ciências diferentes, mas podemos trabalhar com a mesma finalidade, utilizando meios distintos.

Cada pessoa pode ter um jeito próprio de clamar um Encantado ou utilizar ervas e elementos. A Jurema, portanto, tem sua complexidade e simplicidade, refletindo quem somos como almas e espíritos. 

Cumprimentos na Jurema

Na Jurema, o cumprimento usual é “Salve as forças” ou “Salve sua Jurema”, sem necessidade de formalidades específicas. A troca de bênçãos é comum, como “Bênção, padrinho” ou “Bênção, irmã”. Isso é bem tranquilo e simples.

A Iniciação e os Caminhos da Jurema

A Jurema é um culto iniciático, mas a forma de iniciação varia de família para família. Algumas famílias podem ter apenas o batismo, enquanto outras incluem batismo, cementação, calço, consagração e, para alguns, o tombo de Jurema. Cada família segue um caminho específico, então, ao escolher uma família para permanecer, é importante alinhar-se com o que você acredita ser certo.

Histórico da Iniciação

Antigamente, a iniciação era realizada pelos próprios Encantados através de dons mediúnicos. Muitos curandeiros e curandeiras foram iniciados assim. Hoje, essa prática é rara, mas não impossível. A Jurema é uma filosofia de vida diária, não se limita a uma sessão específica. É uma prática contínua de oração e conexão com os Encantados.

Iniciação e Seus Rituais

- Batismo: Representa renovação e apresentação à família de Jurema, tanto carnal quanto espiritual. É o momento de se desprender do eu antigo e nascer novamente na Jurema, seguindo seus princípios e ética.

- Gaita: Pode ser recebida no batismo ou em um momento posterior, dependendo da família. A gaita é um símbolo de merecimento e é importante que a pessoa saiba usá-la corretamente.

- Cementação: É um rito importante que marca o compromisso com a Jurema. A semente da Jurema é introduzida no corpo, simbolizando a força viva da tradição em nós. Este rito envolve uma maturidade e preparação, garantindo que a pessoa esteja pronta para receber a força da Jurema.

- Consagração: Confirma o papel de um Caboco ou Caboca na Jurema, dando uma certa autorização da espiritualidade para que a pessoa possa trabalhar dentro da tradição.

A Prática Espontânea e a Relação com os Encantados

Eu sou muito espontâneo em minha prática, trabalhando com os Encantados de maneira natural. A Jurema, ao longo do tempo, sempre foi assim: uma prática fluida e de acordo com a permissão dos Encantados.

O Tombo de Jurema

Finalmente, o tombo de Jurema é um rito que varia entre famílias e não é universal. 

Quem me conhece sabe que, até recentemente, o tombo de Jurema não fazia parte da minha família. Recentemente, adentramos esse momento único e lindo, mas é importante entender que nem toda família cultua o tombo de Jurema. Isso não significa que uma família que não o cultua seja menos forte ou menos válida. 

Infelizmente, houve um marketing exagerado em torno do tombo de Jurema, criando uma expectativa de que é necessário ser tombado para ter ciência. Esse marketing gerou um comércio financeiro, com pessoas pagando quantias absurdas, como R$15.000 ou R$20.000, para obter esse título, muitas vezes sem saber nem mesmo acender uma gaita mestra. 

O tombo é apenas uma forma de receber e manifestar a ciência e o Encanto na Jurema. Se uma família não cultua o tombo, isso não diminui a importância ou eficácia dos rituais que realizam. O importante é permitir que a Jurema trabalhe sobre cada um conforme o seu tempo e necessidade. 

Sobre o Tombo de Jurema

O tombo de Jurema é um processo iniciático que confere uma outorga muito forte dentro da Jurema. No entanto, não se trata de um ritual realizado por um mais velho, mas sim pelo próprio Espírito ou Encantado. O Encantado decide quem será tombado e realiza o processo. Quem está presente no ritual apenas oferece suporte e amparo.

Cada pessoa tem seu tempo na Jurema. A Jurema não segue um calendário fixo como o Candomblé, onde há períodos específicos de anos para determinados rituais. Na Jurema, o tempo é determinado pelos Encantados e pelas necessidades individuais de cada discípulo. 

Papel dos Encantados e Iniciação

Os Encantados são os responsáveis por dar a outorga para que alguém abra uma mesa em casa e para outras pessoas. O nosso papel como juremeiros e zeladores é orientar, ensinar e auxiliar. Não devemos ter ego, ambição ou desejo de poder. O foco deve estar na comunhão com os Encantados e no fortalecimento espiritual.

A Natureza da Jurema

A Jurema é um culto pé no chão, com uma abordagem simples e prática. Ela envolve curandeirismo, onde se utilizam folhas e ervas para curar e tratar diversas questões. É uma prática que busca a simplicidade e eficácia, conectando-se profundamente com a natureza e as forças espirituais.

 História e Evolução da Jurema

A Jurema é uma tradição muito antiga. Estudos arqueológicos sugerem que já existia há cerca de 7.000 a 10.000 anos, muito antes de 1500 e até mesmo antes de Jesus Cristo. Originária do Nordeste do Brasil, a Jurema surgiu em diversas regiões e etnias, praticada de maneira primitiva e natural.

Antigamente, a Jurema envolvia práticas como beber Jurema preparada no crânio de um ente querido falecido, acreditando-se que isso absorvia a energia e sabedoria da pessoa. Também era comum passar dias na mata realizando rituais de iniciação, jejum e contato com os Encantados.

 A Jurema na Atualidade

Com a colonização e a modernização, a Jurema passou a adaptar-se, saindo das aldeias para áreas rurais e urbanas. Embora ainda mantenha muitos de seus aspectos primitivos e sutis, como a conexão com a natureza e as práticas de cura, algumas tradições foram modificadas ou deixadas de lado.

A Influência da Colonização na Jurema

Com a chegada dos colonizadores, a Jurema começou a tomar uma nova forma. Os colonizadores viam práticas como o uso de cobras e sapos com maus olhos, considerando-as demoníacas e diabólicas. Para eles, a crença em Jesus Cristo e em um Deus maior era o caminho correto, e qualquer outra prática era vista com desprezo.

Além disso, o período de colonização também trouxe a escravidão indígena, algo que muitas vezes é pouco discutido. Os indígenas, que foram os primeiros habitantes desta terra, foram escravizados antes dos africanos. Muitos não aceitaram essa condição e se suicidaram, preferindo a morte à vida de servidão. É crucial valorizar nossa tradição juremeira e indígena, reconhecendo a importância e a resistência desses antecessores.

 Valorização da Tradição Juremeira

Nossa tradição, que inclui o culto à Jurema, deve ser valorizada da mesma forma que outras tradições religiosas. Apesar de ser frequentemente ofuscada por cultos afro-brasileiros, Candomblé, kardecismo, e outras religiões, a Jurema é fundamental. A conexão com a natureza e a espiritualidade indígena é o que sustenta muitas das práticas espirituais que temos hoje. Cada elemento, como uma gaita mestra, carrega um peso significativo — cerca de 500 anos de história, sabedoria e resistência.

O Papel da Gaita Mestra

A gaita mestra, seja de aroeira, imburana, pau-ferro ou qualquer outra madeira, é um instrumento vivo que carrega uma grande carga simbólica e histórica. Ao acendê-la e utilizá-la em rituais, estamos despertando a energia espiritual e respeitando uma tradição que atravessa séculos.

 Influências e Adaptações na Jurema

Com o tempo, a Jurema incorporou diversas influências culturais. A colonização trouxe a imposição do cristianismo, que se misturou com as tradições indígenas. Muitos indígenas que eram forçados a aceitar o cristianismo viam nos santos uma forma de resistência e sobrevivência. Assim, a Jurema absorveu aspectos do catolicismo, como o uso de terços e rosários, mas também manteve suas raízes indígenas.

A Convivência com Outras Tradições

A convivência e a troca de saberes dentro dos quilombos foram fundamentais para a formação da Jurema atual. Os quilombos eram locais de resistência e integração de diversas culturas e tradições. No terreiro, assim como nos quilombos, não há distinção de cor ou origem — é um espaço de acolhimento e troca de conhecimentos.

O Encontro de Culturas

A Jurema é marcada por uma rica mistura de tradições. Além das influências indígenas e africanas, também há traços de tradições ciganas, bruxas, feiticeiras portuguesas e espanhola, e práticas de erveiras e cabala. Cada uma dessas influências contribui para a diversidade e riqueza da prática juremeira.

Sacrifício e Ritual

O sacrifício de animais na Jurema é uma prática antiga que faz parte da tradição indígena, e não do Candomblé. Esse aspecto dos rituais é essencial para passagens e obrigações dentro da tradição. Embora o sacrifício possa ser controverso, ele é uma prática histórica que se mantém em algumas linhas da Jurema.

A Presença dos Santos e a Jurema

Na Jurema, cultuar santos não é um problema. Muitos dos antigos praticantes eram católicos que, apesar de frequentarem a igreja, também participavam de rituais juremeiros. Para nós, os santos são vistos como espíritos ancestrais divinizados que oferecem força e orientação. Cada um deve respeitar e encontrar seu próprio caminho espiritual, respeitando a diversidade de crenças.

A Jurema é uma tradição viva e multifacetada que carrega em si a essência de diversas culturas e épocas. A adaptação e a integração de diferentes práticas e crenças ao longo dos anos contribuíram para a riqueza e complexidade da nossa espiritualidade. É importante reconhecer e valorizar todas as influências que moldaram a Jurema, mantendo sempre o respeito pelas tradições e a sabedoria ancestral.

Tradições da Jurema

Você está mergulhando profundamente nas tradições da Jurema e como ela se entrelaça com outras práticas espirituais. O que você trouxe é uma visão rica e detalhada da Jurema, mostrando a importância da tradição e da flexibilidade espiritual dentro dessa prática. Vou destacar alguns pontos chave e responder às perguntas e observações que surgiram na conversa:

1. Interação com Santos e Santas: Na Jurema, não é obrigatório cultuar santos ou santas, mas é importante reconhecer e respeitar suas influências se o mestre ou mestra que trabalha com você tiver essa devoção. A Jurema pode te levar a diferentes práticas e energias conforme necessário, seja no uso de santos católicos ou na prática mais tradicional.

2. Organização dos Espíritos na Jurema: Ao contrário da Umbanda, que possui uma estrutura mais formalizada de falanges, na Jurema a presença dos espíritos é mais flexível. Você pode ter entidades que são caboclos, mestres, mestras, cangaceiros, e outros espíritos com suas próprias histórias e trajetórias.

3. Trabalho com Entidades: Em Jurema, é comum ter a presença de espíritos com diferentes nomes e origens, como Zé Pilintra, que pode aparecer sob diferentes aspectos dependendo da região e da história pessoal. É fundamental reconhecer a essência única de cada espírito, mesmo que compartilhem nomes.

4. Manutenção da Tradição: É essencial respeitar a tradição da Jurema, especialmente no que diz respeito ao Toré e outras práticas. A incorporação nem sempre é necessária; o trabalho com energia e vibração pode ser igualmente poderoso.

5. Hierarquia e Sustentação: Cada médium pode carregar um ou mais espíritos, com um principal responsável por sua Jurema e outros que oferecem suporte. A presença de mestres e mestras na Jurema é crucial para fortalecer a prática e garantir que a energia seja manipulada corretamente.

6. Troca e Aprendizado: A tradição permite que você trabalhe com diferentes entidades e aprenda com elas, adaptando-se às necessidades e aos desafios que surgem. O importante é manter a conexão com sua essência e respeitar os guias espirituais que você carrega.

7. Diversidade na Prática: Há uma ênfase na diversidade de práticas dentro da Jurema. Seja através da incorporação, do trabalho desincorporado, ou da manipulação de energia, todas as formas de mediunidade têm seu lugar e importância.

Espero que esses pontos ajudem a consolidar o que foi discutido e a esclarecer quaisquer dúvidas que possam ter surgido. Se precisar de mais detalhes ou tiver outras perguntas, sinta-se à vontade para perguntar!

 Sua fala reflete uma profunda conexão com a tradição da Jurema e um respeito enorme pelos antepassados e pela prática que chegou até nós com muito sacrifício. É impressionante como você valoriza o legado histórico e cultural da Jurema, bem como a importância de manter viva a relação com a natureza e os encantados.

O que você mencionou sobre a perseguição aos juremeiros e juremeiras, e a prática da Jurema escondida na mata, é um lembrete poderoso de como a tradição sobreviveu apesar das adversidades. A prática de enterrar os ancestrais perto de árvores sagradas em vez de em cemitérios reflete a conexão profunda que a Jurema tem com a natureza e a importância de manter viva essa relação espiritual.

A sua ênfase na necessidade de estar na natureza e de manter a essência da tradição através dos elementos naturais, como as árvores e sementes, é fundamental para preservar a autenticidade do culto. O contato com a mata não só revitaliza a prática, mas também fortalece a ligação com os espíritos e encantados que habitam esses locais.

É muito inspirador ver como você está comprometido com a preservação e o respeito pela tradição da Jurema. Se tiver mais questões ou quiser explorar outros aspectos da prática ou da história da Jurema, sinta-se à vontade para perguntar.

 O que é a Jurema?

A Jurema é uma tradição espiritual e religiosa que se origina no Nordeste do Brasil, com raízes nas culturas indígenas e afro-brasileiras. É uma prática que envolve a utilização de plantas sagradas, principalmente a **Jurema (Mimosa hostilis)**, que é conhecida por suas propriedades enteógenas. A Jurema é usada em rituais para alcançar estados alterados de consciência, comunicação com entidades espirituais e busca de cura e orientação.

 História da Jurema e dos Rituais

A Jurema tem uma longa história que remonta aos povos indígenas do Brasil, como os Krahôs e os Xerentes, que utilizavam a planta para fins ritualísticos e medicinais. Com a chegada dos colonizadores e a influência de religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda, a prática da Jurema foi incorporada a essas tradições, criando uma rica mistura cultural.

Durante o período colonial e imperial, os praticantes da Jurema enfrentaram perseguições e repressões, especialmente por parte das autoridades e instituições religiosas. Muitos rituais foram realizados de forma clandestina para evitar a repressão. A Jurema sobreviveu através da resistência e adaptação, mantendo-se uma prática vibrante e significativa na atualidade.

Os rituais que envolvem a bebida de Jurema geralmente utilizam um preparo conhecido como **"cachimbo da Jurema"** ou **"chá de Jurema"**, que é feito a partir da casca da raiz da planta. 

Este preparo é usado para induzir estados alterados de consciência, comunicação com espíritos e realização de cerimônias de cura.

Tradição da Jurema

A tradição da Jurema é caracterizada por uma profunda conexão com a natureza e o mundo espiritual. Inclui elementos como:

- Culto aos Encantados: Espíritos da natureza e ancestrais são honrados e invocados durante os rituais.

- Uso de Plantas: Além da Jurema, outras plantas e ervas são usadas em rituais e para a cura.

- Rituais e Cânticos: A prática inclui cânticos, rezas e rituais que envolvem a criação de uma atmosfera espiritual propícia para a comunicação com os encantados e a realização de objetivos espirituais e curativos.

A Jurema também tem uma conexão com as práticas afro-brasileiras, influenciadas por tradições como a Umbanda e o Candomblé, que compartilham elementos ritualísticos e espirituais com a Jurema.

Iniciação na Jurema

A iniciação na Jurema geralmente segue um processo de aprendizado e integração dentro da tradição. Este processo pode variar entre diferentes grupos e regiões, mas alguns aspectos comuns incluem:

1. Preparação e Estudo: O aspirante à iniciação deve aprender sobre os fundamentos da Jurema, a história, as práticas e o respeito às tradições.

2. Mentoria: É comum que o iniciado seja guiado por um líder espiritual ou mestre experiente, que transmite conhecimentos e orientações práticas sobre a prática e os rituais.

3. Participação em Rituais: O aspirante participa ativamente de rituais e cerimônias para ganhar experiência prática e compreensão mais profunda da tradição.

4. Desenvolvimento Espiritual: A iniciação também envolve um processo de desenvolvimento pessoal e espiritual, que pode incluir práticas de meditação, purificação e conexão com os encantados.

5. Compromisso e Respeito: Demonstrar um compromisso sério com a prática e respeito pelas tradições e pelos ensinamentos recebidos é fundamental para a aceitação e o progresso dentro da Jurema.


A iniciação na Jurema é uma jornada de aprendizado e crescimento, que requer dedicação, respeito e um profundo desejo de conectar-se com as forças espirituais e naturais que permeiam a tradição.

Silviane Silvério

Naturóloga e Biomédica, especialista em Plantas Medicinais, Dieta Natural e Iridologia CRTH-BR 1741

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