O quanto que a educação ambiental pode mudar a realidade da poluição ambiental?

Descoberta Chocante nas Profundezas do Mar Brasileiro: Impacto do Lixo na Vida Marinha


Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) que se dedicam ao estudo das espécies do fundo do mar ao longo da costa brasileira recentemente fizeram uma descoberta que deixou a comunidade científica alarmada. 

Em suas expedições para identificar a fauna marinha em uma área remota do oceano, situada a 200 quilômetros da costa do Brasil, os cientistas encontraram muito mais do que esperavam.

O que os cientistas encontraram no fundo do oceano?

Entre as criaturas marinhas que habitam as profundezas onde a luz solar não alcança, entre 200 e 1.500 metros de profundidade, estão espécies singulares como:

  • a "barata do mar", 
  • o "peixe-bruxa",
  • o "tubarão lanterna". 

No entanto, além dessas fascinantes descobertas, os pesquisadores também se depararam com uma triste realidade: o fundo do mar está se tornando um depósito de lixo.


Um professor do Instituto Oceanográfico da USP, compartilhou algumas das descobertas mais surpreendentes. 

"A gente descobriu duas espécies de peixes que foram descritas: um peixe chamado sciadnonus alphacrucis, que a gente homenageou um navio, e outro peixe chamado polymixia carmenae", revelou.

Como os cientistas descobriram as espécies no fundo do Oceano?

Usando redes de pesca especialmente concebidas para resistir às profundezas e equipadas com sensores, os cientistas se depararam com uma variedade de objetos que não pertencem ao ecossistema marinho.

O que os cientistas descobriram para além dos animais marinhos no fundo do oceano?

 Entre os achados estão sacos plásticos, restos de tinta de navios, embalagens de alimentos com datas de fabricação que remontam aos anos 1990 e até mesmo latas de refrigerantes e cervejas de oito países diferentes, algumas delas com meio século de idade. 

Surpreendentemente, também foram encontrados objetos mais antigos, como brinquedos, sapatos, roupas e até mesmo a garrafa de um remédio datada de um século atrás.

Uma das pesquisadoras destacou uma descoberta particularmente intrigante: 

"A gente deu uma pesquisada. Ela é da década de 1920, 1930, e ela realmente era usada para armazenar hemoglobina para fins medicinais".

Quais novas pesquisas surgiram apartir dessa descoberta?

O achado de tanto lixo acabou por adicionar um novo desafio à pesquisa. Agora, os cientistas estão investigando como esses resíduos afetam as espécies que habitam as profundezas do mar brasileiro.

 Um dos pesquisadores explicou: 

"Esse lixo com o tempo degrada, e aí vira partículas menores, e essas partículas são ingeridas por outros organismos. Então, nós estamos estudando o conteúdo estomacal dos peixes e de alguns invertebrados para ver se eles estão ingerindo essas partículas, qual a quantidade e se isso está contaminando eles".

O que a ONU fala a respeito dessa crise ecológica?

Essas descobertas ecoam os resultados de estudos anteriores. Uma pesquisa realizada pela USP em colaboração com a ONU mapeou o litoral brasileiro e revelou que 80% dos resíduos que acabam no mar têm origem no interior, transportados através de cerca de 600 "portas de acesso", como rios.

A gerente do Pacto Global da ONU, ressaltou a necessidade de uma ação abrangente para reverter esse cenário preocupante: 

"Você tem desde infraestrutura que falta nas cidades, condições geográficas. E aí nós temos que juntar muitos atores: o setor privado - que precisa estar junto -, governos, comportamento de sociedade, empresas de infraestrutura. Porque é uma equação que, se não tiver todos os componentes, não fecha".

Qual a conclusão dos pesquisadores a respeito dessas descobertas?

Marcelo Melo enfatizou a importância da educação ambiental como parte fundamental da solução: 

"Uma coisa que é essencial é fazer uma parte de educação ambiental, tanto nas pessoas que moram, despejam lixo próximo ao litoral, nas prefeituras, quanto essa parte também de educação, fiscalização, das embarcações que frequentam essas regiões. Para que as pessoas se conscientizem que o mar não é um lixão onde o lixo deve ser despejado”.

 

RESÍDUOS PLÁSTICOS, PARTE DE UMA CRISE PLANETÁRIA.: POLUIÇÃO MARINHA 

Os resíduos plásticos são uma crise global. Originados do petróleo, tornaram-se ubíquos, porém sua decomposição é lenta. Microplásticos poluem rios e mares, ameaçando a vida marinha. Soluções incluem reciclagem para mitigar a poluição.


Referência Bibliográfica:

G1. Pesquisadores da USP se surpreendem com a quantidade de lixo a 200 km da costa brasileira. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/03/18/pesquisadores-da-usp-se-surpreendem-com-a-quantidade-de-lixo-a-200-km-da-costa-brasileira.ghtml. Acesso em: 18 mar. 2024. 

Silviane Silvério

Naturóloga e Biomédica, especialista em Plantas Medicinais, Dieta Natural e Iridologia CRTH-BR 1741

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