Por que as chuvas de veneno podem prejudicar as nossas florestas?✔ com referência científica

 

1- O que são as chuvas de veneno?

As "chuvas de veneno" são uma expressão usada para se referir à contaminação do ar e da água por agrotóxicos ou pesticidas utilizados na agricultura.


Quando pesticidas são pulverizados nas lavouras, seja por meio de aviões, tratores ou outros equipamentos, pode ocorrer a dispersão desses produtos químicos para além da área de aplicação pretendida. 


Essa dispersão pode ocorrer de várias formas, como:

  •  a deriva de pulverização, que é quando os pesticidas são carregados pelo vento para áreas adjacentes,  
  • a lixiviação, que é quando os pesticidas se infiltram no solo e atingem os corpos d'água subterrâneos.

Essa dispersão dos agrotóxicos pode resultar em contaminação:

  •  do ar, 
  • da água, 
  • do solo, 
  • dos rios,
  • dos lençóis freáticos. 

A contaminação do ar pode ocorrer quando as partículas dos pesticidas são transportadas pelo vento e inaladas pelas pessoas ou afetam a vida selvagem. 


Já a contaminação da água ocorre quando os pesticidas são lavados pela chuva e acabam atingindo rios, lagos e aquíferos, afetando a qualidade da água e os ecossistemas aquáticos.


2- Por que as chuvas de agrotóxico pode prejudicar as nossas florestas?

As chuvas de venenos ou de agrotóxicos representam um perigo não só para nossas florestas, animais e plantas, mas essas  chuvas de veneno são uma preocupação ambiental e de saúde pública, uma vez que os agrotóxicos podem ser tóxicos para seres humanos, animais e plantas não alvo., pela contaminação do meio ambiente.



A exposição crônica a essas substâncias pode ter efeitos adversos na saúde, incluindo:

  •  problemas neurológicos, 
  • hormonais, 
  • reprodutivos, 
  • câncer.


Para mitigar os riscos associados às chuvas de veneno, é fundamental adotar práticas agrícolas sustentáveis, como:

  • o manejo integrado de pragas, 
  • a rotação de culturas, 
  • o uso responsável de pesticidas. 
Seguindo as recomendações técnicas adequadas e respeitando as regulamentações ambientais.



 Para termos uma agricultura menos poluente é necessário que haja investimentos em

  • métodos alternativos de controle de pragas,
  • na transição para sistemas agrícolas orgânicos ou agroecológicos,
  • cursos que ensinem como ter uma agricultura mais sustentável,
  • educar as populações para evitar o uso de venenos das seus plantios caseiros,
  • criar legistações equiparáveis as da comunidade europeia com relação ao uso de agrotóxico.  


Essas medidas podem reduzir significativamente a dependência de agrotóxicos e minimizar os impactos negativos na saúde humana e no meio ambiente, mas elas estão mais dependentes das politicas publicas do que da ação particular, embora pequenos produtores podem começar a ser estimulados a fazerem essa mudança.


Vale a pena saber que algumas dessa empresas internacionais que vendem agrotóxico para o Brasil, são produtoras também de medicamentos e elas enviam para o Brasil certos agrotóxicos que já foram comprovados que são altamente danosos e foram proibidos de serem utilizados em outros países com é o caso da União Europeita.


O que pode por a perder também a industria do agro, pois nosso produtos ficam proibidos de entrar em vários países e ainda ficamos mal vistos por não prezar pelo meio ambiente e a saúde da população e a exportação é uma excelente forma de fazer entrar dinheiro no país. 

3- Como os agrotóxicos podem prejudicar a saúde humana?

Numa pesquisa de revisão bibliográfica realizada numa universidade e publicada numa revista, os pesquisadores afirmam que fizeram uma revisão sistemática no período de 2011 a 2017 para verificar na literatura científica a respeito de como esses produtos podem prejudicar a saúde humana e os rumos da investigação científica do uso de agrotóxicos com relação a saúde humana. 

Foram incluídos 116 estudos que demonstraram o impacto negativo para a saúde humana e ambiental.

E eles alertaram que ainda não se sabe ao certo de que modo esse venenos podem produzir efeitos por conta de  exposição crônica e simultânea a diversos agrotóxicos.

Eles relatam que o negócio do agrotóxico é muito rentável e de amplo crescimento.

Na última década, o Brasil expandiu em 190% o mercado de agrotóxicos, o que colocou o País em primeiro lugar no ranking mundial de consumo desde 2008. Dez empresas controlam mais de 70% desse mercado no País. Somente na safra de 2010 e 2011, foram consumidas 936 mil toneladas de agrotóxicos

Eles ainda alertam que o uso abusivo dessas substâncias está presente, inclusive, em terras indígenas, como é o caso da região onde habita o povo de etnia Xukuru do Ororubá, em Pernambuco, região onde os agrotóxicos foram introduzidos após o processo de industrialização.

A Lei de Agrotóxicos e Afins nº 7.802, de 11 de julho de 1989, estabelece que os agrotóxicos somente podem ser utilizados no país se forem registrados em órgão federal competente, de acordo com as diretrizes e exigências dos órgãos responsáveis pelos setores da saúde, do meio ambiente e da agricultura.

Mas os pesquisadores afirmam que desde a década de 1970, começaram a existir legislações que regulamentam o registro, a produção, o uso e o comércio dessas substâncias em seu território. 

Eles relatam que é necessário haver mais firmeza nos processos de liberação de produtos proibidos em diversas regiões do planeta e ter uma fiscalização mais forte para que as legislação seja cumprida. 

Eles alertam que nos 116 estudos científicos estudados eles observaram que realmente existe um impacto ambiental dos agrotóxicos. pois eles são capazes de matar insetos, poluir a água, o solo, os peixes e até as águas subterrâneas, alterando todo habitat natural, podendo chegar a contaminar rios e mares, degradando a flora e a microbiota aquática. Causando impactos em reservatórios de água, rios, recursos hícricos e bacias fluviais. 

Os pesquisadores explicam que o uso de agrotóxico não é só preocupante para a população mas também para os agricultores pois eles podem reduzir a capacidade da terra de produzir alimentos, pois ocasiona redução da produtividade ao longo do tempo. 

Na saúde humana, os primeiros prejudicados são os trabalhadores rurais, que já realizam um trabalho pesado e ainda são submetidos ao contato direto com essas substâncias danosas, que pode causar cancer ou até mesmo transtornos mentais que levam ao suicídio.

Além de sofrerem constantemente com;

  • dores de cabeça, 
  • náuseas e dor de estômago,
  • dor lombar
  • disúria, 
  • diagnóstico médico de gastrite/epigastralgia, 
  • depressão, ansiedade, 
  • mialgia
  • irritabilidade,
  • cólicas abdominais.
  • doenças respiratórias,
  • lesões musculares.

E ainda alertam que o uso prolongado e a exposição a esses produtos podem levar a desenvolver outras doenças muito graves como:

  • câncer,
  • neoplasia no cérebro
  • linfoma não-Hodgkin,
  • melanoma cutâneo,
  • câncer no sistema digestivo, 
  • sistemas genitais masculino e feminino, 
  • sistema urinário, 
  • sistema respiratório,
  • câncer de mama,
  • câncer de esôfago 
  • Linfoma Não-Hodgkin 

3- Por que mesmo sendo prejudicial ao meio ambiente e a saúde as empresas do agro insistem em continuar usando agrotóxicos?

As empresas agropecuárias muitas vezes usam agrotóxicos devido a vários motivos. Muitas vezes por mais que se queira fazer mudanças não é fácil, exige tempo e empenho.


Embora o ser humano é muito resistente a mudanças, principalmente quando envolve hábitos e quando envolve investimento então fica mais delicado.


Primeiramente, os agrotóxicos podem aumentar a produtividade ao proteger as colheitas de pragas e doenças. 


Além disso, a demanda por alimentos em crescimento exige produção em larga escala, o que pode ser difícil sem o uso de agrotóxicos. 


Questões econômicas também desempenham um papel, uma vez que a substituição de agrotóxicos pode ser mais cara e reduzir os lucros. 


No entanto, cresce a conscientização sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente, levando à busca por alternativas mais sustentáveis na agricultura.


É preciso fomentar outros tipos de agriculturas mais sustentaveis para a saúde humana e o meio ambiente, de maneira que evite uma grande castrastofe no planeta, pois no ritmo que vai as empresas não teram muita demanda de vendas pois os compradores a longo prazo estarão sem vida. 


O que a curto prazo parece ser uma solução, a longo prazo tem efeitos nefastos. 


4- Quais as formas de substituir os agrotóxicos por métodos mais sustentáveis e saudaveis para o ser humano e meio ambiente?

Existem várias formas de substituir agrotóxicos por métodos mais sustentáveis e saudáveis na agricultura:
Métodos de Agricultura SustentávelDescrição
Agricultura OrgânicaEvita agrotóxicos sintéticos e adota práticas orgânicas.
Métodos Biológicos de Controle de PragasUsa predadores naturais e parasitas para controlar pragas.
Cultivo de Plantas RepelentesPlanta espécies que repelam naturalmente insetos.
Técnicas de Manejo Integrado de Pragas (MIP)Combina várias estratégias para controlar pragas.
Uso de Cultivares ResistentesDesenvolve variedades de plantas resistentes a pragas.
Métodos AgroecológicosIntegra práticas agrícolas com princípios ecológicos.
Educação e TreinamentoFornecer treinamento sobre práticas sustentáveis.
Certificações SustentáveisProdutos certificados, como orgânicos.
Políticas PúblicasRegulamentações e incentivos governamentais.
É preciso haver educação para conscientizar os produtores agropecuários e incentivo governamental para acontecer mudanças.


Tem de haver formação de pessoas capazes de produzir cultivos mais ecológicos e criar legislação mais rigorosa que impeça a entrada no país desses venenos agrários. 

É preciso entender como empresas internacionais mantem o agronegócio preso ao um sistema de agricultura que ao longo do tempo pode trazer prejuízos incalculáveis para a população, para o meio ambiente e para o próprio agronegócio.

Muitas vezes soluções mais confortáveis podem gerar grandes desconfortos no futuro e grande prejuízo para toda a nação brasileira. 


6- Quem regulamenta o uso de agrotóxicos no Brasil?


No Brasil, a regulamentação do uso de agrotóxicos é feita principalmente :
  • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 
  • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) 
  • Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O Ministério da Agricultura é responsável pelo registro, classificação, controle e fiscalização de agrotóxicos, além de estabelecer padrões para resíduos de agrotóxicos em alimentos. 

O IBAMA se concentra na regulamentação ambiental, controle do comércio e transporte de agrotóxicos. 

A Anvisa regula os aspectos relacionados à saúde, estabelecendo limites de resíduos em alimentos e avaliando os riscos à saúde humana.

A legislação relacionada ao uso de agrotóxicos no Brasil inclui a Lei dos Agrotóxicos (Lei nº 7.802/1989) e o Decreto nº 4.074/2002, que estabelecem regras gerais para o registro, comercialização e uso desses produtos. 

A regulação visa garantir a segurança da saúde humana, a proteção do meio ambiente e a eficácia dos produtos agrícolas.


Agroecologia: Caminho de preservação do agricultor e do meio ambiente


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5- Referências Bibliográficas:

G1. Enem 2023: bancada do agro diz que há cunho ideológico em 3 questões e quer convocar ministro. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/11/06/enem-2023-bancada-do-agro-pede-anulacao-de-questoes-com-ideologia-e-quer-convocar-ministro.ghtml. Acesso em: 7 nov. 2023.

FATO, Brasil de. Gigantes dos agrotóxicos são principais financiadores de Congresso Brasileiro do Agro. 2020. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/08/02/gigantes-dos-agrotoxicos-sao-principais-financiadores-de-congresso-brasileiro-do-agro#:~:text=Ainda%20segundo%20a%20pesquisa%2C%20apenas,%2C%20Basf%2C%20Corteva%20e%20FMC.. Acesso em: 7 nov. 2023.

LOPES, Carla Vanessa Alves; ALBUQUERQUE, Guilherme Souza Cavalcanti de. Agrotóxicos e seus impactos na saúde humana e ambiental: uma revisão sistemática. Saúde em Debate, [S.L.], v. 42, n. 117, p. 518-534, jun. 2018. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/0103-1104201811714. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/bGBYRZvVVKMrV4yzqfwwKtP/?lang=pt. Acesso em: 7 nov. 2023.
Silviane Silvério

Naturóloga e Biomédica, especialista em Plantas Medicinais, Dieta Natural e Iridologia CRTH-BR 1741

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