O que são créditos de carbono? Como eles estão mantendo a poluição através da Amazônia?

 


Os Créditos de Carbono, também conhecidos como:

  • certificados de emissões, 
  • créditos de carbono verificados.
São instrumentos financeiros utilizados no âmbito de programas de alívio ou mitigação das mudanças climáticas. 

Instrumentos financeiros são contratos ou acordos que representam um valor monetário e podem ser negociados no mercado financeiro. 

Eles desempenham um papel fundamental no funcionamento dos mercados financeiros e são usados para diversas finalidades, incluindo investimento, hedging (proteção contra riscos financeiros), especulação e financiamento.

Alguns exemplos comuns de instrumentos financeiros as famosas ações de empresas que são negogiadas nas bolsas de valores, os títulos de dívidas do governo ou de empresas, que emprestam dinheiro em troca de juros.

Esses são apenas alguns exemplos de instrumentos financeiros, e existem muitos outros disponíveis nos mercados financeiros globais. 

Cada instrumento tem características específicas, riscos e recompensas, e os investidores e traders escolhem os instrumentos que melhor se adequam às suas metas e estratégias de investimento.

Já no caso dos Créditos de Carbono, eles representam uma unidade de medida que quantifica a redução ou remoção de emissões de gases de efeito estufa (GEE) de fontes industriais, energéticas ou agrícolas. 

A principal finalidade dos créditos de carbono é incentivar a redução das emissões de gases de efeito estufa contribuindo assim para a luta contra o aquecimento global.

👉Os créditos de carbono como instrumentos financeiros foram adotados em 1997 com o Protocolo de Quioto como parte de esforços internacionais para lidar com mudanças climáticas e a redução de emissões de gases de efeito estufa que estabeleceu metas de redução de redução da poluição para países industrializados e introduziu o mecanismo de desenvolvimento limpo e comércio de emissões.


A idéia por trás dos créditos de carbono é criar um sistema de incentivos econômicos para que empresas, governos e organizações adotem práticas mais sustentáveis e reduzam suas emissões de gases de efeito estufa. Uma forma de geração de lucros para quem reduzir a produção de poluição. 

Esse sistema supostamente incentivaria as nações a investirem em projetos sustentáveis, resultando em benefícios locais e melhorias econômicas. 

Quando as metas são alcançadas, os créditos de carbono são emitidos e podem ser negociados.

O processo geralmente envolve os seguintes passos:

📌1. Estabelecimento de metas de redução: 

Um governo ou organização define metas de redução de emissões de GEE que deseja atingir em um determinado período.

📌2. Monitoramento das emissões: 

As emissões de GEE de fontes específicas, como usinas de energia, fábricas ou fazendas, são monitoradas e registradas.

📌3. Implementação de medidas de redução: 

Para cumprir as metas de redução, são implementadas medidas que visam reduzir as emissões, como o uso de fontes de energia renovável, aumento da eficiência energética ou mudanças nos processos industriais.

📌4. Geração de créditos de carbono: 

Quando as emissões são reduzidas ou removidas além das metas estabelecidas, as unidades de crédito de carbono são geradas.

📌5. Verificação e certificação: 

As reduções de emissões são verificadas por terceiros independentes e, se confirmadas, são certificadas como créditos de carbono válidos.

📌6. Negociação e venda: 

👉Os créditos de carbono podem ser comprados e vendidos no mercado de carbono, onde empresas e organizações que não conseguiram atingir suas metas de redução podem comprar esses créditos para compensar suas próprias emissões excessivas.

O que parecia ser uma boa idéia e incentivo também já revela um outro viés quando se trata da negociação e venda dos créditos de carbono, já que empresas que continuam a poluir e podem comprar créditos no mercado para parecer que não estão poluindo e dependendo do tipo de negócio pode ser lucrativo para negócios inescrupulosos continuar poluindo e investindo bastante dinheiro na compra de créditos de carbono. 

No entanto, há especialistas que discordam dessa abordagem. 

Argumentam que quando um país compra créditos de carbono em vez de reduzir suas próprias emissões, não está realmente contribuindo para a proteção do planeta. 

Além disso, esse sistema pode criar uma alta demanda pelos créditos, tornando-os caros.

Nesse meio tempo, nações menos desenvolvidas podem enfrentar dificuldades, já que o alto custo dos créditos pode tornar a compra inviável para elas. 

O que gera um falso mérito de sustentabilidade ambiental, quando na verdade está poluindo e mantendo o efeito estufa e  o aquecimento global.  


O jornal G1 denuncia que está ocorrendo uma Fraude na Amazônia. Eles explicam que existem  empresas usam terras públicas como se fossem particulares para vender créditos de carbono a gigantes multinacionais.

O uso de terras públicas para vender créditos de carbono a grandes multinacionais pode levantar preocupações éticas e práticas. 

Isso inclui:

  • a desapropriação de terras, 
  • o cultivo de monoculturas, 
  • a aquisição de terras a preços baixos 
  • a falta de transparência. 

Embora nem todos os projetos de créditos de carbono envolvam práticas duvidosas, é fundamental regulamentá-los rigorosamente para garantir que respeitem os direitos das comunidades locais, protejam a biodiversidade e contribuam efetivamente para a mitigação das mudanças climáticas.

A Defensoria Pública do Pará entrou com ações na Justiça contra essas empresas que estão sobrepostos a áreas de Florestas Públicas Estaduais sem autorização do governo do Pará. 


Os Créditos de Carbono que estão sendo gerados foram usados por grandes multinacionais, empresas mundialmente como farmacêuticas, companhias aéreas e até um clube de futebol da Inglaterra para compensar emissões de poluição que eles produzem. 


Os processos são contra as empresas que invadiram as terras públicas para gerar os créditos de carbono e lucrar vendendo o créditos para essas empresas poderosas.

A fraude também contou com emissão de cadastros ambientais rurais (CAR) para beneficiar essas empresas. 



O maior escândalo dessa triste notícia é que 5 dessas 8 empresas envolvidas está o americano Michael Greene, que vive nos Estados Unidos. Ele ainda está envolvido na aquisição de dezenas de imóveis rurais.

A Defensoria do Pará  afirma que essas empresas ainda alegam que não estão em propriedades do governo e que estão ganhando muito dinheiro com as terras das florestas públicas amazônicas.




São terras onde já viviam cerca de 1500 famílias que sobreviviam de projetos estaduais de agroextrativismo, num espaço da floresta que equivale ao dobro da cidade de São Paulo. 
O g1 esteve na região e ainda observaram que as comunidades locais não estão sendo beneficiadas.

Projetos como esse que estão se aproveitando de terras públicas para faturar alto e encobrir grandes empresas internacionais que continuam poluindo o meio ambiente e buscam vender créditos de carbono no mercado passam recebem certificados internacionais de outras empresas como a chamada Verra, uma organização sem fins lucrativos dos americana. 




Essas certificadoras utilizam metodologias para estimar as reduções de emissões alcançadas pelos projetos. 


Após o registro e validação, os projetos começam a negociar créditos.


Esses três projetos em Portel no Pará, na zona rural, foram registrados e validados pela Verra, embora afirmassem estar em terras privadas, o que não condiz com as coordenadas geográficas como defende o Ministério Público do Pará. 


Diversas empresas de renome, como Air France, Boeing, Braskem, Toshiba, Samsung UK, Kingston, Barilla, Bayer, Takeda e o clube de futebol Liverpool, estão entre os compradores desses créditos de carbono advindo da exploração das nossas florestas. 



Três Ensaios Para a Preservação da Biodiversidade – Vegetarianismo, Desenvolvimento Farmacológico e Mercado de Créditos de Carbono


A ineficiência na gestão socioeconômica do Brasil e a negligência na preservação da biodiversidade são questões críticas. 

A demora em abordá-las torna a resolução mais desafiadora. 

A ineficiência econômica prejudica o desenvolvimento do país, afetando a geração de receita pública e privada, resultando na diminuição da renda real e contribuindo para a exclusão social. 

A degradação da biodiversidade causa impactos negativos não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, afetando o ambiente global. 

Este trabalho propõe medidas para abordar esses problemas, interligando-os. 

Isso inclui promover o vegetarianismo e a policultura orgânica, incentivar uma pesquisa farmacêutica ética e uma maior participação no mercado de créditos de carbono. Estas ações visam mitigar as consequências negativas da ineficiência econômica e da degradação ambiental, trabalhando em conjunto para um futuro mais sustentável.


Referências Bibliográficas:

ALVES, Júlia. Créditos de carbono – Como funciona, vantagens e desvantagens. 2021. Disponível em: https://conhecimentocientifico.r7.com/creditos-de-carbono/. Acesso em: 2 out. 2023.

G1, Fraude na Amazônia: empresas usam terras públicas como se fossem particulares para vender créditos de carbono a gigantes multinacionais. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2023/10/02/fraude-na-amazonia-empresas-usam-terras-publicas-como-se-fossem-particulares-para-vender-creditos-de-carbono-a-gigantes-multinacionais.ghtml. Acesso em: 2 out. 2023.

METRÓPOLES. Crédito de carbono: 8 empresas são acusadas de lucro irregular no Pará. 2023. Disponível em: https://www.metropoles.com/brasil/credito-carbono-lucro-irregular-para. Acesso em: 3 out. 2023.

BRASIL, Intercept. EMPRESÁRIO NORTE-AMERICANO VENDE DISCURSO AMBIENTAL, MAS LUCRA COM TERRAS PÚBLICAS E GERA CONFLITOS ENTRE RIBEIRINHOS NO PARÁ. 2023. Disponível em: https://www.intercept.com.br/2022/11/10/com-discurso-ambiental-empresario-norte-americano-lucra-com-terras-e-ilude-ribeirinhos-no-para/. Acesso em: 3 out. 2023.

Silviane Silvério

Naturóloga e Biomédica, especialista em Plantas Medicinais, Dieta Natural e Iridologia CRTH-BR 1741

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